28 de fev. de 2012

Qual o futuro de Brasiléia?

O início de 2012 não tem sido promissor para a cidade de Brasiléia e seus moradores, sem dúvida, terão uma nova visão sobre a vida. A realidade que muitas pessoas só veem pela televisão, chegou a cidade de forma cruel e assustadora. Brasiléia, cidade do interior do Estado do Acre, enfrentou a maior alagação de sua história em meados de fevereiro. A enchente que destruiu em alguns dias, anos de trabalho, sonhos, conquistas e o patrimônio de centenas de famílias também atingiu o coração da cidade. Todo o centro, que abrigava as principais lojas do comércio, órgãos do governo, como prefeitura, câmara de vereadores, secretarias, bancos, delegacia, dentre outras instituições foi atingido pelas águas e a destruição foi inevitável. A competência das autoridades locais em resolver com mais rapidez a situação não deve jamais ser colocada em cheque, uma vez que fenômenos como o ocorrido não é comum na região. Além disso, muitas pessoas só deixaram suas casas depois de não haver mais tempo para retirar praticamente nada e não foi por falta de avisos e orientações. Aos mais religiosos, o ocorrido é uma prova do poder de Deus sobre a ambição dos homens, pois segundo informações não confirmadas a prefeita da cidade Leila Galvão afirmou que poderia fazer sol ou chuva, mas o carnaval iria acontecer. De certo a prefeita se referia ao ritmo frenético do carnaval, onde os foliões se divertem embaixo de sol ou chuva em qualquer parte do país. Mas, em Brasiléia a água só permitiu duas tímidas noites de folia. Como o tempo não para nem volta atrás, como será o futuro de Brasiléia? Para onde vão os esforços? Sem dúvida não serão para o Carnavale, o maior carnaval fora de época da região. Mas, possa ser que seja para a política, afinal estamos no Brasil em pleno ano de eleições municipais. Como a prefeita Leila Galvão não concorre a reeleição, seria justo e prudente deixar os demais candidatos fazerem política e cuidar dos projetos de restauração da cidade. Bem, passado o susto e o desastre, que fique a reflexão e a compreensão de que neste mundo, um dia podemos estar pisando em flores no outro pisando em folhas secas. De certo agora, muitos cidadãos de Brasiléia e de outras partes do Estado do Acre que também enfrentam problemas com a enchente sabem por experiência própria o que os haitianos que estão se refugiando no Brasil passaram e estão passando. Muitos, ao verem no Brasil pessoas de outras nacionalidades pedindo misericórdia por uma oportunidade para uma nova vida, se transformaram em ricos e dispararam as críticas infundadas aos governantes que oferecem alimentação a estas pessoas. Hoje, muitos dos que se julgavam melhores, esperam ansiosos os carros da prefeitura passarem, trazendo água, pão, leite, e toda alimentação que garantem um dia menos sofrido.
Quando olhares uma pessoa de cima, que seja para estender sua mão, à ajudá-la a levantar dignamente.